quinta-feira, 11 de março de 2010


Acho engraçado que ela sempre me acorda assim. Sempre de manhã, estou lá, sentindo alguém pegando o meu celular de câmera debaixo do meu travesseiro.
Pega o celular, e corre para a varanda!
Depois de uns minutos, escuto:
Lorenaaaaa! Olha Lorenaaaaa! Vem aqui ver uma coisa!
Todas as manhãs assim... e muito, muito cedo!
Ah, depois eu vejo! Estou dormindo, poxa! - E volto a dormir.
Acho que só uma ou duas vezes fui ver o que era... Já que ela insistiu tanto que me venceu.
Mas eu estava com tanto sono, que não enxerguei o que ela enxergava naquele dia. Mas me lembro bem das suas conversas, seus mimos com suas queridas. E eu pensando que era só para aquilo que ela tinha me acordado, oh nossa!
Ainda bem. Percebi depois, foi um momento lindo, dos mais lindos! Nesse mundo, realmente, belíssimo momento...
Percebi que aquelas pétalas a tocavam também, não somente minha mãe as tocava.
E ela me dizia: Não é lindo? Tem coisa mais linda? Minhas "bichinhas"...
-Sim mãe, é lindo.
Mas aquilo foi meu sono que respondeu, não eu.
Na verdade, aquilo não seria lindo não, se não fosse a mãe minha e das flores. Estas abrem seus braços só para minha mãe sorrir, só para minha mãe se alegrar... Esse é o abraço daquelas flores que deixam minha mãe feliz.
Só é lindo por isso. Porque a água da mãe minha é que é vital para aquelas flores.
Lindo somente por ter existido aquele encontro de sensibilidade e indivíduo, aquela capacidade de se deslumbrar com as flores. Encontro fascinante!
Onde estaria tamanha beleza nas flores sem o toque principal, o "ser"humano do homem? Isso é o que torna as flores mais belas, o que faz elas cantarem a pureza junto ao homem...
E aquelas flores cantam para minha mãe todas as manhãs.
Ela só queria que eu também pudesse escutar essa melodia harmoniosa.
E sei que essa harmonia não passa de escolha minha, e não dela.
Harmonia com notas de virtude.
-Ouço... tá passando aquela música da minha mãe novamente...

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